"AMAR É QUANDO A ALMA MUDA DE CASA..."
MÁRIO QUINTANA.

domingo, 18 de março de 2012

A última dança...



Abri meus olhos sem acreditar
Se estou acordada ou a sonhar
Se em algum momento fiz a coisa acertada
Ou será que sempre estive equivocada...

Vejo tudo sem cor, sem cheiro e sem sabor

Se no meu quarto os sonhos eram coloridos
No seu mundo foram todos destruídos
A vida se revelou cinza ao meu redor
Lembro de quando tudo era bem melhor
Você que era luz, cor e melodia
Fazia tão belos meus dias...
Mas também era ilusão e fantasia
Olhando mais de perto pude perceber
Que de repente, simplesmente não era pra ser...
Nada foi do jeito que pensei
Tudo tomou rumo diferente do que sonhei
Todo amor que guardei em meu peito
Toda saudade, vontade, desejo e paixão
Tantos sentimentos guardados em vão
Sonhos jogados pelo chão
Vi toda uma vida escorrer pelas mãos
Construí um castelo de areia e nele morei
No príncipe acreditei...E por ele esperei
Fiz uma viagem frustrada do "grande amor" à desilusão
Dos grandes planos à decepção


Vi em você tantas mudanças
Suficientes para que eu perdesse a esperança
Você estava ali e eu não te reconhecia mais
Cadê você...
Procurei por nós e não encontrei
Eu sei que também mudei...
Mas, nunca pensei em não me ver EM você
...Nem tão pouco me ver SEM você...
Senti por não ser mais indispensável
Por nosso futuro ser cada vez mais improvável
Senti ainda mais ao perceber que buscavas manter distância
Desesperadamente... Perceptivelmente

De mim, de nós, do velho sentimento
Senti falta de você naquele momento...
...Faltou entrega...

Não me faltou amor, faltou encanto
Não nos faltou desejo, faltou encontro
Não apenas de corpos...De almas...
Do amor louco que se transforma em calma



Não sei se choro, se me consolo
Se me entrego, se me fecho
Se esqueço ou desapareço
Eu tento, tento, mas não compreendo
O que repentinamente morreu 
Sem que eu quisesse matar
Em que momento a gente se perdeu
Sem que eu pudesse evitar

O que sei é que minhas mãos não te 
alcançaram
Te tocaram, mas não te encontraram
Meus olhos se entristeceram
Meu coração e alma estremeceram
E tudo que eu queria era entender
...Do quê se proteger, se não havia o que temer
Para que se trancar? Só amor era o que tinha para dar
Nossos corpos dançaram, mas não se entregaram
Meus olhos te olharam, mas já não brilharam
Meu corpo esquentou, mas não acendeu
Meu coração esperou, mas não encontrou o seu
Nossos corpos se encontraram, mas não se amaram
Entre nós sempre houve magia, sintonia...
...Mas não nesse dia.


O que posso fazer se enquanto eu construía castelos e pontes
Você planejava muralhas e erguia fortalezas
Criou uma redoma para se proteger
Cavou um abismo que só você pode reverter...


E por mais improvável que possa parecer...Ainda quero você...
Mas quero por inteiro, sem distâncias, sem abismos, sem redomas
Quero você comigo, sem mentir, sem fugir...
Quero olhar nos teus olhos e te ver
Quero te tocar e te sentir
Quero tudo de volta...
...Como se nunca tivesse deixado de ser
Como sempre foi entre eu e você.